Fátima: Uma mãe "sem chão" com um diagnóstico de POC
Eu Dou a Cara
Pensamentos em loop que se tornaram num pesadelo chamado POC.
Sou mãe de um jovem que é portador de POC.
Em Fevereiro de 2018, inesperadamente, o meu filho pediu-me para ir a um psicólogo. Eu fui apanhada de surpresa e perguntei-lhe qual a razão. Ele disse-me que já andava há muito tempo com uns pensamentos muito maus, mas tinha chegado a um limite que já não se atrevia a gerir.
Foi a várias sessões com uma psicóloga mas depressa chegou à conclusão que o caminho não era aquele. Já desesperada, marquei consulta para um psiquiatra que, de imediato, lhe prescreveu medicação para o problema.
Ao fim de algumas semanas, para além de não sentir melhoras nenhumas, passou a ter também rituais que lhe roubavam muitas horas do dia e o deixavam num estado de ansiedade terrível.
Chegou a estar noites inteiras sem conseguir sair de um compartimento para outro.
O banho passou a ser muito demorado pois tinha que abrir e fechar as torneiras vezes sem fim; Ia à casa de banho e chegou a estar três horas para conseguira sair de lá.
Eu não podia dizer certas palavras que para ele tinham um significado forte.
Chegou a não comer a refeição pois se viesse um pensamento em relação à comida ele recusava-se a comer.
Quando íamos dar uma volta, cheguei a andar horas às voltas no mesmo sítio pois ele pedia para voltarmos atrás.
O vestir-se era um problema pois tinha que vestir e despir vezes sem conta.
Deixou de escrever pois tinha que estar sempre a riscar tudo o que escrevia.
Deixou de ir ao computador pois tinha que o ligar e desligar vezes sem fim e com a consola foi o mesmo.
Até deixou de olhar para a televisão, simplesmente ouvia para não ver nada que lhe originasse os pensamentos…
São muitas coisas que nos fizeram viver momentos muitos difíceis e desesperantes pois eu não conseguia nem sabia como ajudar o meu filho.
Ao fim de muita pesquisa na internet, cheguei à Clínica da Mente e pelo que li, parecia-me uma solução pois o tipo de tratamento era completamente diferente do que já tínhamos experimentado. De imediato marquei consulta com o Dr. Pedro Brás. Logo na primeira consulta fiquei cheia de esperança na recuperação.
Em julho foi iniciado o tratamento e logo após várias sessões já se começaram a notar diferenças.
Hoje, apesar de ainda estar em tratamento e ainda haver trabalho a fazer, tenho o meu filho de volta! Já não está prisioneiro dos seus próprios pensamentos (apesar de ainda ter alguns), e consegue ter uma vida normal.
Quando me deparei com este problema, gostaria de ter lido um testemunho com que me identificasse com o problema do meu filho.
É com este objetivo que resolvi dar o meu para desmistificar um pouco este problema e demonstrar que há solução.
Claro que ele teve que querer ser ajudado pois a maior parte do trabalho teve que ser dele, mas com a ajuda preciosa da Dr.ª Marta Calado nada disto seria possível.
Por tudo isto, só tenho que agradecer à Clínica da Mente e em especial à Dra. Marta Calado pela excelente recuperação do meu filho.
A propósito de liberdade, será que somos livres ou escravos dos nossos próprios pensamentos? A Dra....
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