Quem tem Depressão também merece viver
A jornada de Cláudia para recuperar a alegria de viver
Quando a luz se apaga: A perda do prazer nas pequenas coisas
A depressão é uma doença que rouba a alegria das coisas mais simples da vida. Para Cláudia, essa realidade manifestou-se na perda do prazer nas tarefas quotidianas que, para muitos, passam despercebidas.
"Eu não conseguia fazer as minhas tarefas de casa. Não sentia prazer em nada. Agora sim, tenho esse prazer. Mas antes não tinha. Não sentia gosto em coisas simples como abrir uma janela e ver o sol a entrar... Tinha perdido essa capacidade. Nem queria sair com as minhas filhas para passear... Coisas normais, coisas que fazemos no dia a dia, eu simplesmente não conseguia..."
Esta perda de prazer, conhecida clinicamente como anedonia, é um dos sintomas mais devastadores da depressão. Para Cláudia, significou a perda da capacidade de sentir alegria nas pequenas coisas que antes iluminavam o seu dia-a-dia. A metáfora que ela utiliza é particularmente reveladora:
"Aquela luz que antes brilhava... Desapareceu. Estava tudo escuro mesmo. Eu só conseguia ver escuridão."
O agravamento da condição: Quando tudo piora
Com o passar do tempo, a situação de Cláudia foi-se agravando. A tristeza profunda começou a afetar todas as áreas da sua vida, desde o seu casamento até à relação com os filhos e a gestão da casa.
"Depois... Cheguei a um ponto em que... Parecia que quanto mais a minha vida avançava, pior ficava. Porque eu não sentia aquela alegria de viver."
Quando finalmente procurou ajuda médica, Cláudia recebeu um diagnóstico rápido e uma solução que, infelizmente, é demasiado comum: medicação para o resto da vida. Esta abordagem, embora por vezes necessária, nem sempre é suficiente para tratar a complexidade da depressão.
"É assim, quando comecei a sentir-me mal... Fui ao médico de família e ele automaticamente diagnosticou logo... 'É depressão... Toma estes medicamentos... E tens de os tomar para o resto da vida.'"
Prisioneira da medicação: Quando o tratamento se torna um problema
A medicação excessiva trouxe efeitos secundários significativos que, em vez de melhorar a qualidade de vida de Cláudia, acabaram por agravá-la. A sensação de estar "drogada" e a perda de energia física são descritas de forma vívida:
"Estava a tomar muita medicação. Muita mesmo. Posso dizer que me sentia drogada. Completamente drogada. Quando queria subir umas escadas já não conseguia... porque não tinha força. Já não tinha energia para subir. Era por causa da quantidade de medicação. Já não me permitia fazer nada. Aquela medicação só me deixava ficar na cama..."
O impacto da depressão de Cláudia estendeu-se à sua família, particularmente aos seus filhos, que testemunharam a transformação da mãe. Foi precisamente o filho que, ao ver o sofrimento da mãe, incentivou-a a procurar uma ajuda diferente.
"Ali... Como se estivesse morta. E as minhas filhas acabaram por sentir isso. Porque viam, não é... Viam que a reação da mãe não era normal... Que eu não estava bem. Foi então que o meu filho viu... Percebeu que eu não estava bem e disse que não podia continuar assim. Disse-me: 'Mãe... tenho que fazer alguma coisa por ti porque tu não estás bem.'"
Neste ponto, Cláudia encontrava-se num estado de profundo desespero, chegando a questionar o valor da sua própria existência:
"Chorava porque sentia que não estava bem... Que não podia continuar assim porque sentia que... Que já não fazia falta neste mundo."
O ponto de viragem: Encontrar a ajuda certa
A viragem na história de Cláudia aconteceu quando encontrou a Clínica da Mente. O tratamento que recebeu permitiu-lhe recuperar gradualmente a sua capacidade de expressar emoções sem ser dominada por elas, algo que considera uma vitória significativa.
"Hoje, graças a Deus e graças à Clínica da Mente... Consigo falar sobre isto sem chorar... O que para mim é uma grande vitória... Há cerca de 4 meses atrás... Eu não conseguia falar disto sem chorar. Nem conseguia falar sequer. Hoje... Graças à Doutora Joana e à Clínica da Mente, consigo fazê-lo."
Um dos marcos mais importantes na recuperação de Cláudia foi a redução significativa da medicação, permitindo-lhe recuperar a energia e a vitalidade que a depressão e os medicamentos lhe tinham roubado.
"Hoje posso dizer que... Eu tomava cerca de seis comprimidos à noite... e agora estou a tomar apenas duas metades de comprimidos à noite. De manhã também tomava cerca de outros seis... Agora estou apenas com dois medicamentos de manhã."
Esta redução da medicação simboliza o progresso no seu tratamento e a recuperação gradual do controlo sobre a sua vida:
"Voltei a ser a Cláudia. Com energia para fazer as minhas coisas... Para viver a minha vida que... Que me tinha sido roubada."
Uma mensagem de esperança: Há cura para a depressão
O testemunho de Cláudia termina com uma mensagem poderosa de esperança para todos aqueles que sofrem de depressão. Ela enfatiza a importância de procurar ajuda, sem vergonha ou medo, e reafirma a possibilidade de recuperação.
"A todas as pessoas que estejam a passar pelo mesmo problema que eu passei... Eu ainda estou em recuperação, mas graças a Deus... Está a correr lindamente. Quero dizer-vos que... Não tenham vergonha... Nem tenham medo. Peçam ajuda a quem puder ajudar. Porque... Há cura! Para a depressão há cura. Para a ansiedade também... Não há nada que diga que não há cura, há cura!"
Cláudia rejeita veementemente a ideia do suicídio como solução e afirma o direito à vida e à felicidade de todas as pessoas que sofrem de depressão:
"Pôr fim à nossa vida não é solução. Isso nunca é solução. A solução é querermos viver. Porque nós merecemos viver. Quem tem depressão merece viver como todas as outras pessoas. Porque somos todos iguais... E temos todos o mesmo direito... A sermos felizes."
O testemunho de Cláudia é uma poderosa lembrança de que a depressão, embora devastadora, não define o valor ou o potencial de uma pessoa. Com o tratamento adequado e apoio, é possível recuperar a alegria de viver e redescobrir o prazer nas pequenas coisas que tornam a vida significativa.
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