Insónias: das noites em branco a uma vida feliz | Testemunho

Dar o meu testemunho sobre o tratamento que realizei não é tarefa fácil pois tenho de repostar-me ao ano de 1950.

Tenho 68 anos e as minhas habilitações profissionais são o curso Comercial, o 12º ano e a frequência da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Comecei a trabalhar aos 16 anos, cumpri o meu serviço militar na Força Aérea e por último trabalhei numa 

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empresa do ramo alimentar, desde 1974 até 2011, altura em que me aposentei.

Na última empresa onde trabalhei 38 anos, desempenhei as funções de responsável pela tesouraria e contactos com bancos. Devido à responsabilidade da minha tarefa, trabalhava todos os dias das oito da manhã até às oito da noite e às vezes mais.

Tinha todas as regalias, incluindo carro, telemóvel e alimentação.

Quando o internamento parece ser a única solução

Em fevereiro de 2011, comecei a sentir dores de cabeça que se vieram a agudizar nos meses seguintes. Nesse período consultei o meu psiquiatra, que me receitou alguns ansiolíticos, pois as minhas condições em relação ao sono, começaram a piorar tendo mesmo deixado de dormir em junho de 2011.

Tinha muitas dores de cabeça e percorria distâncias de carro sem me lembrar por onde passava. As dores de cabeça foram aumentando, bem como as noites sem dormir.

Mais visitas ao psiquiatra, até que acabei por ser internado em psiquiatria, em 15 de julho de 2011. Sei que administraram um soro chamado ‘Anafranil’, até que as dores de cabeça passaram e acabei por ter alta duas semanas depois.

Mal eu sabia que era sol de pouca dura, pois passado um ano voltei a deixar de dormir e as dores de cabeça voltaram. Mais consultas, mais medicamentos, até que voltei a ser internado em julho de 2013.

Aí já com um internamento que durou 40 dias. Fiz uma TAC, uma ressonância magnética, mas as dores persistiam e quando tive alta já não vinha curado pois as dores de cabeça eram cada vez mais fortes.

Deixei de conduzir e tinha medo das noites pois sabia que já não ia dormir e continuava encharcado de medicamentos. Deixei de ouvir música, ver televisão, de ler e passava os dias deitado no sofá e a fugir ao contacto com as pessoas.

Lembro-me numa deslocação que fiz a S. Diego, para visitar o meu filho e a minha neta, em que não sai de casa durante trinta dias, quando aquela cidade tem umas praias maravilhosas. 

Inevitavelmente veio o terceiro internamento em dezembro de 2015, onde passei mais três semanas no hospital.

Até que conheci a Clínica da Mente

Saí em Janeiro, mas as dores de cabeça, a apatia e a falta de sono persistiam até que em dezembro de 2017 a minha esposa decidiu pedir ajuda à Clínica da Mente.

Tive uma consulta com o Dr. Pedro Brás e a Dra. Catarina Fernandes e iniciei o meu tratamento. Nos primeiros meses tive consultas semanais de duas horas que passaram para quinzenais e agora para trissemanais, nas quais fui lentamente sentido melhoras. Comecei a dormir com regularidade e foram-me retirados medicamentos pela neurologista Dra. Ana ao fim de três meses e novamente ao fim de sete meses.

Hoje sinto-me muito melhor. Voltei a praticar desporto, faço caminhadas, ioga, natação, ginásio e tenho lições de viola. Vou todos os dias à biblioteca onde leio dois jornais e algumas revistas e em casa leio mais duas horas. Estou a ler em casa cerca de dois a três livros por mês. Voltei a ouvir música, a ver televisão com regularidade e regressei ao coro.

Não posso deixar de sentir alguma emoção ao finalizar este testemunho, pois sinto-me uma pessoa feliz e quero agradecer à Clínica da Mente, na pessoa da Dra. Catarina, tudo o que fez por mim. Estou-lhe eternamente grato.

Li com bastante satisfação o livro publicado pelo Dr. Pedro Brás “Feliz Para Sempre”. Não posso deixar de testemunhar que todo o seu conteúdo é uma cópia perfeita das terapêuticas que nos são ministradas na sua clínica.

Finalizado o tratamento que contratei e que finda em dezembro, vou prolongá-lo por mais alguns meses de forma a poder consolidar todas as melhoras sentidas.

Obrigado por tudo.

Bem hajam.

Sotero Correia