Como é que a Psicoterapia HBM pode ajudar a lidar com a COVID-19?

Na Psicoterapia HBM acreditamos que é o modo como percebemos um acontecimento que vai determinar como vou reagir e como me vou comportar. Para nós a realidade tem apenas a ver com o ponto de vista de cada um. Neste sentido, quando a nossa perceção de um acontecimento é negativa, vivemos presos e condicionados por essa visão da realidade, o que nos impede de vivermos felizes e com paz interior.

O primeiro impacto face a uma pandemia é sempre algo muito assustador. Em primeiro lugar porque está em causa a nossa sobrevivência, exponente máximo dos seres vivos e, no caso dos seres humanos, porque, ao longo da nossa evolução, nos tornamos mais e mais ambiciosos, focados acima de tudo no trabalho, no dinheiro, no ganho… Assim, um acontecimento com este tipo de consequências é preocupante porque nos vai impedir de ir trabalhar, de ganhar dinheiro, de comprar bens, os meus filhos de irem para a escola, de serem alguém na vida…etc, etc.

Todos os dias me deparo com pacientes aflitos, preocupados e muitas vezes invadidos e toldados pelo medo. Estas reações são normais? Perguntam-me. São! Mas será possível dissociar estas emoções negativas e ressignificar tudo isso? Claro que sim! Com o modelo HBM é mesmo isso que fazemos!

Vamos lá então ressignificar esta pandemia!

Ponto nº 1: Deixemo-nos de "queixumes" e lamentações e vamos colocar mãos à obra!

Quantas vezes nos queixamos que apenas queríamos dormir só mais um bocadinho (Eu todos os dias!), que queríamos ter mais tempo para estar com os nossos filhos, que nos faltava motivação para cuidar da nossa saúde e alimentação, que queríamos ver aquela série, que queríamos a oportunidade de estar sossegados no sofá a ver um filme com o nosso parceiro… Quantas? Certamente muitas pessoas responderão que muitas vezes. Se assim for, aproveitem esta janela de oportunidade para estarem com aqueles que amam, para cuidarem de vocês, para reverem as vossas prioridades, para mudar hábitos, para adotar um estilo de vida mais saudável, para desacelerar. Porque quando isto passar, essa chance poderá não surgir tão cedo.

Ponto nº 2: Reconectemo-nos com o outro

Quantas vezes não visitamos alguém porque era longe, não abraçamos ou beijamos alguém por orgulho, deixamos coisas por dizer porque não havia tempo ou não dissemos o que queríamos por medo… Quantas?

Já dizia um homem muito à frente do seu tempo:

“É p’ra amanhã

Bem podias viver hoje

Porque amanhã quem sabe se vais cá estar 

Ai tu bem sabes como a vida foge

Mesmo que penses que esta p’ra durar 

Foi mais um dia e tu nada viveste

Deixas passar os dias sempre iguais 

Quando pensares no tempo que perdeste 

Então tu queres, mas é tarde demais” (António Variações)

E se agora, mesmo que em algumas situações, distantes fisicamente, colmatássemos estas lacunas e aproveitássemos o lado bom da tecnologia para nos voltarmos a conectar uns com os outros verdadeiramente, sem orgulhos, sem julgamentos, com aceitação e o coração aberto?

Quantas vezes dissemos também “Eu não preciso de ninguém!”…

Esta pandemia veio-nos mostrar precisamente o contrário. Veio-nos mostrar que para a travar temos de nos unir, de tomar medidas em conjunto e em larga escala e que apenas num esforço de todos podemos triunfar. Salvar-nos a todos é uma questão de união, vontade e consciência.

Ponto nº 3: Repensemos o nosso modo de viver

Está na hora de ouvirmos e vermos “com olhos de ver” o que as pessoas mais sábias que nós nos tentam mostrar há anos! O modelo de negócio da globalização está a destruir o planeta e com eles todos os seres que o habitam, inclusive nós.

A COVID-19 surgiu devido à ganância humana e ao desequilíbrio sistémico que este acarreta para todas as formas de vida no planeta. Temos de olhar para as falhas do sistema político e socioeconómico mundial e entender que urge mudar os nossos hábitos. Que este alerta nos acorde e que finalmente compreendamos que é urgente cuidar do nosso planeta! Vamos então fazer um esforço real para que se altere o que é preciso e que, assim, possamos evitar que situações semelhantes aconteçam no futuro. Assim sendo, neste tempo, que tal começar por:

  •  Separar o lixo reciclável e ensinar esse hábito às suas crianças;
  • Ponderar se nas suas rotinas não seria possível, por vezes, andar de transportes públicos, a pé ou até de bicicleta;
  • Fazer do consumo um ato consciente. Antes de comprar reflita se precisa mesmo daquilo;
  • Poupar energia. Será que há mesmo necessidade de ter as luzes todas de casa ligadas?
  • Reaproveitar materiais;
  • Evitar o uso de plástico;
  • Poupar água.

Ponto nº 4: Cuide da sua Saúde Mental

Vários familiares, amigos e até pacientes me têm relatado os cuidados acrescidos que têm tido com a sua saúde, reforçando, através da sua alimentação e suplementos e, até da atividade física, o seu sistema imunitário. Esta é de facto uma postura importante a manter ou a adotar nesta altura, mas… E a Saúde Mental? E as emoções? Muitas vezes nos esquecemos delas e o quão importantes são para a nossa saúde. Vivemos numa sociedade que sobrevaloriza a inteligência intelectual, mas esquece-se da inteligência emocional. Na dinâmica saúde e doença, mente e corpo, influenciam-se reciprocamente e é importante que tomemos consciência que os desequilíbrios emocionais acarretam alterações fisiológicas, nomeadamente a nível do aumento de hormonas de stress como a adrenalina e o cortisol, afetando diretamente o nosso sistema imunitário. Assim sendo, é muito importante que olhemos para a nossa saúde com um olhar alargado que inclua o cuidar da nossa saúde física, mas também psíquica, mental e emocional. A partir desta ressignificação estaremos muito melhor preparados para enfrentar este vírus e as suas variadas consequências, com vista à saúde e ao bem-estar pleno.

Em suma, na Clínica da Mente todos nos propusemos a mudar a nossa visão sobre esta pandemia e convidamos todos a aventurarem-se connosco na ressignificação da COVID-19. Saiamos do “buraco escuro do medo” e entremos na esfera da luz do conhecimento e tomada de consciência que ele nos trouxe, unidos e em comunhão com o planeta.

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