Como posso viver a gravidez com a minha companheira?

Dra. Catarina Graça

Estamos grávidos... E agora?

A partir do momento em que o teste de gravidez dá positivo, surge uma autêntica avalanche de emoções: amor, entusiasmo, felicidade, medo, ansiedade, preocupações. O apoio mútuo é fundamental e por isso desde cedo que o pai deverá ser o maior companheiro e a pessoa mais presente durante toda a gravidez.

Importa salientar que devido às alterações físicas no corpo da mulher, esta tem muito mais tempo para se consciencializar que vai nascer um bebé e que a sua vida e a vida enquanto casal vai mudar. Por isso, o pai deverá acompanhar todas estas mudanças físicas do corpo da mulher, todas as consultas, todas as dificuldades com o objetivo de apoiar e suportar nos momentos mais marcantes e memoráveis. Estando presente o mais possível ajudará no processo de consciencialização do pai, quase como se de uma gravidez psicológica se tratasse já que aqui não existe a mudança corporal como acontece na mulher. Nesta fase o pai poderá inteira-se o mais possível, instruindo-se com leituras instrutivas em vez de na hora H esperar que seja a sua companheira a dizer-lhe o que fazer. É importante o desenvolvimento da sua própria autonomia enquanto pai. Não se pretende que o pai faça tudo bem e igual à sua companheira, mas sim que dê o seu melhor.

Desde a gravidez até ao parto: uma caminhada a três.

Nesta fase pré-natal o pai deverá também participar no enxoval do bebé, na decoração do quarto, inscrição na creche, ao fim ao cabo participar em todos os elementos que correspondam à preparação da chegada do bebé. Nesta fase deverá também estabelecer ligação com o bebé através do toque na barriga, conversas dirigidas ao bebé o que fará com que assim que o bebé nasça o sentimento de medo, estranheza diminua.

Até no momento do parto a presença do pai é muito importante. Trata-se de um momento complexo para a mãe pelo que o suporte emocional é fulcral para que tudo corra bem.

Eu, tu e a maior aventura das nossas vidas.

Na fase pós-natal, o pai deverá proporcionar o maior apoio possível à companheira bem como compartilhar o cansaço derivado das mais variadas responsabilidades inerentes aos seus novos papeis.

No fundo o processo de compreensão mútuo é essencial, nem o pai nem a mãe estarão 100% preparados, no entanto encarar esta fase como um desafio ajudará ao aproveitamento de inúmeros momentos únicos.

Em dia de celebração do Pai, a Dra Marta Calado esteve no programa ‘Consultório’ do Porto Canal e refletiu um pouco sobre o papel desta figura paterna no desenvolvimento humano e social da criança.

O que faz de um pai o melhor pai do mundo? É o pai que nos faz todas as vontades? Ou é o pai que diz que não mais vezes?