Os Jovens, o Suicídio e a Automutilação

É a extrema Angústia que leva qualquer pessoa a ter ideias suicidas. É comum confundir a Angústia com a Tristeza, mas, na verdade, a Angústia é a sensação que sentimos quando estamos tristes.

Ficamos tristes quando vivemos experiências que colidem com os nossos valores e interesses; estamos angustiados quando sentimos o nosso corpo caído sobre si próprio e ficamos sem capacidade de nos erguermos, ficamos com dificuldade em respirar e em pensar, com dor no peito…

Sempre que estamos tristes, sentimos a Angústia. Quanto mais tristes estamos, mais Angústia sentimos. Nos casos extremos de Tristeza, a Angústia sentida também é extrema e a dor da morte aproxima-se. A dor da morte é uma pressão física tão forte que nos obriga a um pensamento de libertação: o Suicídio. Aqui, o pensamento sobre o suicídio é uma forma de libertação inconsciente, pois a dor é tão forte e interior, que nos “suga” a alma e só um pensamento nos ocorre: a fuga… sair do corpo que se afunda…

os-jovens-o-suicídio-e-a-automutilação ​

Bullying e Violência Doméstica

Na sociedade atual, os jovens vivem muitas experiências que lhes trazem Tristeza e Angústia extrema. Destacamos o Bullying e a Violência Doméstica. O Bullying, na maioria das vezes, são as agressões que os jovens sofrem na escola pelos colegas, agressões estas de natureza física e psicológica, sujeitando os indivíduos à vergonha, à humilhação e ao desenquadramento social. Este sofrimento silencioso é tão doloroso que, sem apoio familiar nem escolar, leva o jovem a entrar num beco emocional sem saída, entra num estado de Angústia sem retorno em que a morte se torna uma obsessão, porque a dor de viver é insuportável.

O processo de Angústia também é causado pelo Distúrbio Cíclico da Angustia (DCA), um processo emocional erróneo.

O processo de Automutilação

Neste processo de autodestruição, na ideia do suicídio, muitos jovens atentam contra a sua vida infligindo cortes no seu corpo, agredindo-se de variadíssimas formas. No entanto quando o fazem pela primeira vez, existe um mecanismo mental de proteção à vida que os trava e que lhes quebra o estado de Angústia. Por momentos, ao atentarem contra a sua vida, saem do estado negativo e assim cria-se uma associação mental em que as autoagressões funcionam como um método de saída de um estado negativo, de relaxamento, de autocura. Os jovens que se automutilam continuamente, não procuram a morte, mas sim o alívio.

Infelizmente, neste processo, a ideação suicida e as automutilações levam muitas vidas dos nossos jovens.

O que fazer para parar o Bullying e este estado mental?

As famílias devem defender e proteger os jovens de todos os agressores, devem perceber que, quando o jovem está triste, há alguma causa para esse estado… e que o jovem muitas vezes não quer contar, por vergonha ou por saber que os pais nada podem fazer. Mas os pais podem fazer muito: podem defender as suas “crias” com unhas e dentes, falando com os professores, com os pais dos agressores (também eles jovens), acusando os agressores judicialmente, protegendo da forma que cada um melhor souber… mas PROTEGENDO e acarinhando. Nunca um pai pode ficar indiferente a uma agressão a um filho, embora muitos fiquem, pensando que é normal os miúdos se agredirem, e que os filhos têm que ser fortes. Não interessa o que fazem ao seu filho, o que interessa é o que ele sente quando o agridem.

No entanto, estas experiências podem deixar marcas profundas na personalidade e no bem estar do jovem, podendo criar comportamentos inconscientes de automutilação, de anorexia, e o permanente estado de angústia que não permite que o jovem consiga reagir às agressões que sofre ao sentir-se diminuído, fraco e humilhado. E, assim, deve-se intervir no estado mental dos jovens, alterando a sua perceção sobre as experiências que os levaram a entrar nesse estado emocional de dor, o que é possível através de técnicas psicoterapêuticas assertivas e eficazes.

Na Clínica da Mente, utilizamos a Psicoterapia HBM, que se tem mostrado muito eficaz na alteração dos estados mentais perturbadores e eficiente no tempo de intervenção. A medicação psiquiátrica, apenas atenua os sintomas, mas não atua ao nível emocional. Os jovens medicados perdem capacidades cognitivas e motoras, prejudicando o seu desempenho as suas atividades sociais e estudantis.