Baixa autoestima em crianças e adolescentes: como identificar?

Dra. Marta Calado

A autoestima está relacionada com a imagem que o jovem tem sobre si. É construída a partir de aspetos tanto físicos, como psicológicos.

No processo de crescimento, é muito importante que a autoestima se mantenha positiva e estável para que construa uma identidade forte e adquira a sua autonomia, tornando-se num adulto feliz e confiante.

Um jovem com baixa autoestima tem um maior risco psicológico de Depressão, de desenvolvimento de problemas de Ansiedade, de Bullying e desintegração social, de dificuldades no desempenho escolar, e uma maior vulnerabilidade para os vícios e os comportamentos de risco, como é o caso, por exemplo, do consumo de substâncias como o álcool ou o tabaco.

Nas suas atividades de vida habituais, as crianças e os adolescentes revelam sinais e sintomas manifestamente distintos daqueles que habitualmente os caracterizam e distinguem, sendo possível os cuidadores perceberem, de forma clara, que existe um “antes e depois”.

Sinais de alerta nas crianças e jovens para os quais deve pedir ajuda profissional:

  • Baixo rendimento escolar;
  • Irrita-se com facilidade;
  • Está agressivo e revoltado;
  • Critica-se e julga-se com pessimismo;
  • Tem mudanças repentinas de humor e crises de choro ou de raiva;
  • Revela cansaço, insatisfação e insegurança;
  • Desiste perante tarefas mais complexas ou trabalhosas;
  • Acha que só os outros conseguem;
  • Culpa os outros pelos próprios erros;
  • Opta por não interagir com os colegas;
  • Tem uma visão negativa dos outros;
  • Isola-se e sente falta de ânimo, motivação e concentração;
  • Não gosta do seu aspeto físico, como o peso e a imagem, manifestando desagrado por partes específicas, como as pernas ou a barriga;
  • Não se acha tão bonito ou atraente quando se compara com os outros;
  • Inferioriza-se, não se acha suficientemente esperto ou capaz;
  • Sente-se incompreendido, abandonado ou rejeitado;
  • Queixas somáticas, como dores de cabeça ou dores de barriga e alterações no sono ou no apetite.

A baixa autoestima comprometida nos primeiros anos de vida, assume reflexos negativos na vida adulta. O jovem que se torna adulto acaba por criar estratégias e mecanismos de defesa que o impedem de se expor a situações que lhe causem desconforto, que interfira com a sua autoimagem e autoconceito, como por exemplo não iniciar atividades novas, não se expor em público, não dar a sua opinião, nem tomar decisões.

A Psicoterapia com crianças e adolescentes é a intervenção mais adequada para prevenir e resolver estas dificuldades nas famílias.