Salete: Quando A Comida Se Torna Um Pesadelo

A história de Salete com a bulimia começou depois do nascimento do seu filho — um momento que deveria ser de alegria, mas que acabou por desencadear uma luta interna de mais de uma década. Ao atingir o seu peso máximo de 87 quilos, sentiu-se desconfortável com o corpo e determinada a mudar.

"Quando o meu filho nasceu, eu atingi o peso máximo, 87 quilos, e eu estava assim gorda, que é mesmo assim."

Decidida a emagrecer, seguiu uma dieta rigorosa. Em poucos meses, perdeu 25 quilos. À superfície, era uma história de sucesso. Mas, por trás da balança, nascia um medo persistente de voltar a engordar — medo esse que se transformaria numa obsessão.

"Imagina, havia um dia que eu comia mais um bocadinho... E aí é que eu comecei a vomitar. A primeira vez foi com uma escova de dentes. É claro que custou, mas lá está, é o hábito."

A Bola de Neve da Bulimia

O que começou como uma reação pontual tornou-se rapidamente um padrão. Uma semana sem episódios, depois outro dia a comer demais e novo vómito. O ciclo começou a repetir-se.

"Era um dia, andava uma semana ou duas, tornava a acontecer de comer mais um bocadinho, lá ia outra vez vomitar. E isto foi sempre... Foi tipo uma bola de neve, foi cada vez pior."

Uma Década em Silêncio

Salete viveu com bulimia durante mais de 10 anos.

"Eu não queria vomitar, mas ali andava mesmo a vomitar... Juro que eu não sei, mas estava ali sempre uma voz dentro de mim a dizer que eu tinha que fazer aquilo. Enquanto eu não ia vomitar, não conseguia estar bem."

Essa “voz interior”, como descreve, não era alucinação, mas uma urgência mental, um impulso que não conseguia ignorar. E, apesar de já ter ouvido falar de bulimia e anorexia, não sabia a qual se encaixava.

"Eu também já tinha ouvido a palavra bulimia e anorexia, mas não sabia realmente se eu tinha alguma coisa dessas, porque eu li ali muitas coisas e não sabia se era uma coisa se era outra."

Uma Mudança Lenta, Mas Real

O pedido de ajuda chegou tarde, mas chegou. Quando começou tratamento na Clínica da Mente, Salete não teve uma transformação imediata. Pelo contrário, foi com ceticismo que encarou as primeiras consultas.

"Não vou dizer assim: ‘Ah, a primeira consulta mudou a minha vida.’ Não, não mudou. Nem a segunda consulta, nem a terceira."

No entanto, com o tempo e o tratamento continuado, Salete começou a notar mudanças significativas. Os pensamentos obsessivos que antes dominavam a sua mente começaram a desaparecer.

"Aqueles pensamentos que eu tinha, já há muito tempo que não tenho."

Mais importante do que o número na balança, Salete começou a recuperar a relação com o seu corpo e consigo mesma. Sentia-se mais livre, menos controlada pela compulsão.

"Não foi uma diferença grande de peso, só que aqui dentro não tem nada a ver."

A Transformação Interior

A mudança não foi apenas física — embora tenha perdido cerca de 17 quilos. O verdadeiro impacto foi emocional e psicológico. Pela primeira vez, Salete sentia-se bem com o que via ao espelho.

E o apoio que encontrou foi fundamental para isso. Destaca o papel do Dr. Pedro Brás com admiração e gratidão.

"Em primeiro lugar, o Dr. Pedro é cinco estrelas, porque se não fosse cinco estrelas não dava, não ajudava muito gente como ajuda."

A relação terapêutica ajudou a quebrar o silêncio de mais de uma década. E Salete, agora, recomenda a clínica a pessoas da família e do círculo próximo — prova do impacto transformador que o tratamento teve na sua vida.

Veja o Testemunho Completo

Assista ao vídeo completo do testemunho da Salete na série "Eu Dou a Cara" da Clínica da Mente:

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