Jessica: Já Não Me Lembro De Ter Um Ataque De Panico

Há três meses, Jéssica deu um passo que mudaria radicalmente a sua vida: iniciou o tratamento na Clínica da Mente. Na altura, era uma jovem presa a uma rotina marcada por quatro ou mais ataques de pânico por semana, vivendo num constante estado de medo e alerta. Hoje, mal se lembra do que é ter um ataque.

"Estou ótima, já não me lembro de ter um ataque de pânico. O que é incrível, e só de dizer estas palavras acabo por ficar um pouco incrédula, porque a minha vida mudou drasticamente."

Desde a primeira consulta, nunca mais teve um episódio de pânico. A rapidez da mudança surpreendeu-a, especialmente depois de anos a viver com ansiedade debilitante. A transformação foi tão evidente que até o seu discurso — agora sereno, seguro e grato — contrasta fortemente com o desespero de há apenas três meses.

A Coragem de Largar a Medicação

No momento em que deu o seu testemunho público, no programa da Fátima Lopes, Jéssica ainda tomava ansiolíticos diariamente — um de manhã e outro à noite. Hoje, está quase livre deles.

"Neste momento só estou a tomar três terços à noite, mas estou no processo de desmame. Ainda estou a tomar esses três terços, mas estou ótima."

Este desmame é feito de forma gradual e acompanhada, respeitando o seu corpo e o seu ritmo. Aquilo que antes parecia impossível — viver sem medicação — está cada vez mais perto de se tornar realidade. Para Jéssica, esta redução não é apenas um dado clínico, mas um símbolo da sua autonomia emocional recuperada.

Acompanhamento Que Faz a Diferença

O apoio da equipa da Clínica da Mente, e em particular do Dr. Pedro Brás e da Dra. CC, foi essencial. O sentimento de não estar sozinha deu-lhe a tranquilidade de que precisava para mergulhar no processo terapêutico com confiança.

"Nunca nos sentimos sós. Se alguma coisa porventura correr menos bem, o que é perfeitamente normal porque somos pessoas, temos ali alguém para pedir ajuda — e é isso que devemos fazer sempre."

A confiança construída com os terapeutas tornou possível abrir feridas emocionais profundas e aprender a curá-las com segurança e apoio. O acolhimento e a proximidade sentida em cada sessão foram fundamentais para que Jéssica se sentisse segura para mudar.

Das Primeiras Oscilações ao Equilíbrio Emocional

Jéssica não romantiza o início do processo. As primeiras duas semanas foram emocionalmente intensas, e a adaptação à nova realidade não foi isenta de dúvidas.

"Senti algumas oscilações a nível emocional. Foi mais pesado nesse aspeto, porque o resto... não senti absolutamente nada."

Contudo, essas primeiras oscilações deram lugar a um equilíbrio crescente. A ausência imediata dos ataques de pânico foi decisiva para que ganhasse motivação e esperança. Em pouco tempo, passou de estar em constante sobressalto a conseguir dormir melhor, respirar fundo e planear o dia seguinte sem medo.

Reconstruir Sonhos: Ajudar-se e Inspirar Outros

Quando procurou ajuda, Jéssica tinha dois grandes objetivos: sentir-se bem e ajudar outras pessoas com o mesmo problema. Hoje, sente que está a cumprir ambos.

"Estou muito feliz porque consegui duas das coisas que eu mais queria: ficar bem e ajudar outras pessoas que passassem pelo mesmo problema que eu."

Após o seu testemunho público, passou a receber inúmeras mensagens de pessoas em sofrimento, que encontraram na sua história uma inspiração. Sempre que pode, responde com palavras de encorajamento, reforçando a importância de procurar ajuda profissional. Uma dessas pessoas, contou, foi uma mãe com dois filhos com sintomas semelhantes — que acabou por iniciar tratamento.

Da Paralisia à Ação

Antes do tratamento, Jéssica sentia-se completamente limitada. Tinha dificuldade em sair à rua, em realizar tarefas simples, em sentir-se útil.

"Eu trabalhava, mas quando estava em casa não fazia nada. Não me sentia produtiva."

Hoje, a realidade é outra. Está envolvida em vários projetos pessoais, escreveu uma música, criou um canal no YouTube e — acima de tudo — voltou a fazer planos. Essa capacidade de olhar para o futuro, outrora perdida, é hoje um dos maiores marcos da sua transformação.

Recuperar a Confiança, Recuperar o Sorriso

Durante os piores momentos, Jéssica sentia-se uma sombra da pessoa que era. O seu sorriso — antes autêntico — tornara-se mecânico.

"Eu sempre fui uma pessoa confiante, mas quando estava mal, foi tudo por água abaixo. Na entrevista anterior tentei mostrar isso, mas hoje vejo que a minha boca sorria, mas os meus olhos... nem por isso."

Hoje, ela sorri com os olhos e com a alma. Recuperou a leveza, a espontaneidade, a confiança. Redescobriu a sua essência.

A Esperança de Quem Já Viu o Abismo

A frase "o fim da vida era a solução dos problemas" é algo que Jéssica chegou a acreditar. Hoje, vê o mundo com outra perspetiva. Está firme no presente, com um pé no futuro.

"Estou a olhar para o presente e um bocadinho para o futuro, com um pezinho no futuro, porque temos que pensar na vida, temos que viver."

A firmeza com que afirma que nunca mais voltará a tomar ansiolíticos revela não apenas otimismo, mas convicção baseada na experiência.

Gratidão: Uma Parte Essencial da Cura

Um dos sentimentos que atravessa todo o discurso de Jéssica é a gratidão. À Clínica da Mente, ao Dr. Pedro Brás, à equipa que a acolheu, à oportunidade proporcionada pelo programa da Fátima Lopes — a todos, Jéssica expressa um agradecimento profundo e contínuo.

"Quero agradecer mil vezes, e vou fazer sempre, todas as vezes que eu puder, à Clínica da Mente, ao Doutor Pedro Brás, às pessoas que assistiram ao programa da Fátima — todos os que colaboraram para que eu pudesse ter o tratamento."

Este reconhecimento sincero é parte do seu processo de cura. Ao valorizar quem esteve ao seu lado, reforça os vínculos positivos que sustentam a sua nova vida.

Uma Mensagem para Quem Ainda Está no Início

Jéssica encerra com uma mensagem simples, mas poderosa: acreditar e dar tempo ao tempo.

"Vamos esperar, ter paciência absoluta. É só dar tempo ao tempo e acreditar."

A sua história, contada com autenticidade, mostra que é possível recuperar, mesmo quando tudo parece perdido. O caminho não foi fácil, mas hoje Jéssica é prova viva de que a ansiedade não tem de ser uma prisão perpétua. Há caminhos de saída — e, com ajuda certa, o impossível pode tornar-se realidade.

Veja o Testemunho Completo

Assista ao vídeo completo do testemunho da Jéssica na série "Eu Dou a Cara" da Clínica da Mente:

Jéssica: Já não me lembro de ter um Ataque de Pânico | Testemunho