Entender o Que Acontece no Seu Corpo Durante um Ataque de Pânico

Pedro Brás explica os mecanismos fisiológicos por detrás dos ataques de pânico — e como compreender o que se passa no corpo ajuda a quebrar o ciclo do medo.

Quando o Corpo Fica Fora de Controlo

Ilustração sobre o corpo durante um ataque de pânico

Um ataque de pânico surge de forma súbita, sem aviso. O coração dispara, a respiração acelera, o peito aperta, há tonturas, náuseas, formigueiros nas extremidades… e, muitas vezes, um medo intenso de morrer ou enlouquecer.

Mesmo sabendo que “não está a acontecer nada”, o corpo reage como se estivesse em risco real.

“É como se o seu corpo acreditasse que está perante uma ameaça, mesmo quando não existe perigo algum.”

O Que Está a Acontecer Dentro de Si?

Durante um ataque de pânico, o corpo ativa o chamado modo “luta ou fuga” — um mecanismo de sobrevivência ancestral. De facto, investigações na área da neurobiologia e fisiologia, como as compiladas no "Foundations of Nursing: an Integrated Approach", que cita estudos como o de Hart, comprovam que a base fisiológica dos ataques de pânico reside numa ativação do sistema nervoso simpático. Esta ativação é uma resposta de medo primitiva, desencadeada em reação a uma ameaça percebida, mesmo que não identificada conscientemente, resultando na libertação de hormonas de stress e na preparação do corpo para uma ação imediata.

  • O cérebro recebe o alerta
    O sistema límbico — a parte do cérebro ligada às emoções — envia um sinal de alarme, mesmo sem ameaça externa.
  • Libertação de adrenalina
    As glândulas suprarrenais libertam adrenalina, preparando o corpo para fugir ou lutar. É por isso que sente o corpo a “acelerar”.
  • Aceleração dos batimentos cardíacos
    O coração bate mais depressa para bombear sangue aos músculos. Isso pode gerar uma forte sensação de aperto ou dor no peito.
  • Hiperventilação
    A respiração torna-se rápida e superficial. Com menos dióxido de carbono no sangue, surgem tonturas, visão turva e sensação de desmaio.
  • Tensão muscular
    Os músculos ficam tensos, prontos para reagir. Isso contribui para dores, tremores e sensação de rigidez.

Os Sintomas São Reais — Mas Não São Perigosos

Apesar de todos estes sintomas serem intensos, um ataque de pânico não é perigoso.

É apenas a reação exagerada de um sistema de alarme que se ativou… sem necessidade.

📌 “A ansiedade não mata — mas o medo do medo pode acabar por controlar a vida.”

Por Que Ajudar o Corpo a Entender é o Primeiro Passo

Quando se compreende o que está a acontecer, o ciclo começa a perder força. O medo de “perder o controlo” dá lugar a uma nova leitura: “o meu corpo está apenas a tentar proteger-me.”

Esse entendimento é um dos pilares do tratamento.

Psicoterapia HBM: Da Compreensão à Transformação

Na Clínica da Mente, o Programa de 8 Semanas com Psicoterapia HBM vai além do alívio dos sintomas.

Ajuda o paciente a:

  • Entender os sinais do corpo
  • Identificar gatilhos emocionais inconscientes
  • Libertar emoções reprimidas
  • Restaurar a segurança interna

“Não basta acalmar o corpo — é preciso escutar o que ele tenta dizer.”

É Possível Voltar a Confiar no Corpo

Entender a base fisiológica dos ataques de pânico é um ato de empoderamento.

Quando deixa de temer os sintomas, começa a recuperar o controlo.

E é a partir daí que tudo muda.

“O primeiro passo para deixar de temer os ataques de pânico é compreendê-los. O segundo… é tratá-los.”

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Referências:

Hart, C. (2004). Citado em Foundations of Nursing: An Integrated Approach